À mulher que me fez Estátua
Deixe-me perguntar-te
Mulher,
Como uma coisa tão forte,
Tão bela,
Pode fazer sofrer.
Eu, estando sempre aqui,
Parado...
À espera do teu abraço,
Pesando que em um laço
Prender-te-ei ao meu peito,
Mas toda noite,
Quando a lua desce e beija-me o corpo
Ó...como dói...
Maldita luz à fazer resplandecer minha solidão.
E todo dia
A tortura de ver todos passarem,
Os mesmos rostos e bondes,
Os mesmos pombos e morcegos
Só pra ver você.
Quisera eu jamais ter nascido,
Para nunca ter viso o teu esplendor,
Pois é isto, a tua beleza
que com tanta aspereza
Me lapidou.