quinta-feira, 24 de maio de 2012
Estorvo
Estorvo
A noite escorre por meu corpo...
Tudo é metade...
Meia lua,
Meia luz,
Meia noite...
Hora dividida...sem data...
Meio ontem,
Meio amanhã...
E no meio disso tudo
Sou meio homem...
Pois minha mente vaga...
Chega apenas na metade do caminho...
Da compreensão...
E a noite escorre por meu corpo...
Tudo é verdade...
Vero é o amor,
Vero é o clamor (em minh'alma),
Vero é o torpor.
E minha mente vaga
E no vazio que é o corpo
Desprovido de vontade
Procuro a verdade,
Mas só acho a metade
Do todo que sonhei
Que poderíamos ser (nós dois)
E a noite escorre por meu corpo
Escorre como um flúido quente,
Mantendo-me acordado porém dormente
E minha mente vaga...
Vaga
Vaga?
Não completamente,
Pois mesmo que esqueça tudo que o corpo sente
Não conseguirei tirar-te de minha mente
E vagando nesta realidade,
Buscando a derradeira verdade
Procurando a outra metade,
Minha mente pseudo-vaga...
Mas um dia ela para e se enche...
Enquanto isso...
A noite escorre por meu corpo.
segunda-feira, 2 de janeiro de 2012
Epifania
Nesta passagem de ano pude aproveitar a paisagem da praia de Canoa Quebrada para meditar. Nada mais inspirador do que o mar para dar vazão as minhas inquietações. A conclusão que cheguei é simples e nada nova, mas não posso deixar de falar pois, realmente mudou meinha vida e a forma como enxergo as coisas.
Sentindo a brisa que assanhava meus cabelos e as ondas que vinham tocar a praia e como ambos eram belos, e ambos se apressavam em desfazer-se, pude, não chegar a conclusão em si, mas sim confirmar e experimentar que o que vale são as coisas pequenas.
Cansei de cultuar o eterno, o além, o passado e o grandioso. Vou me voltar para o agora, o passageiro, o pequeno, humilde e simples, ao despreocupado e ao desprovido de desejo pelo que menos vale, pois o que mais vale é a brisa, o mar, o pôr e o nascer do Sol, o abraço, o beijo, o amor, o desejo, a amizade...Vou adorar o efêmero, “ o que dá e passa...”.
O Que É Bonito?
Lenine
O que é bonito
É o que persegue o infinito
Mas eu não sou
Eu não sou, não...
Eu gosto é do inacabado
O imperfeito, o estragado que dançou
O que dançou...
Eu quero mais erosão
Menos granito
Namorar o zero e o não
Escrever tudo o que desprezo
E desprezar tudo o que acredito
Eu não quero a gravação, não
Eu quero o grito
Que a gente vai, a gente vai
E fica a obra
Mas eu persigo o que falta
Não o que sobra
Eu quero tudo
Que dá e passa
Quero tudo que se despe
Se despede e despedaça
O que é bonito...
segunda-feira, 27 de junho de 2011
Luz, quero luz!
Quero luz, por que a vida é um teatro, uma bela peça que se desenrola como um musical, são sons que se entrelaçam, ritmos que dançam juntos. Quero luz, vinho, palco e cortina. Quero vida, plena vida. Uma taça na mão e uma mão na outra, num aperto forte que só a amizade faz. No peito um abraço e na alma a certeza de que valeu a pena viver. Tudo que não quero são arrependimentos, querer voltar atrás é amargo, fétido e, portanto, desnecessário. Tudo que faz mal, que vai contra a vida deve ser lançado fora. E qual melhor definição vida que andar para frente?
Vida
Vida, minha vida
Olha o que é que eu fiz
Deixei a fatia
Mais doce da vida
Na mesa dos homens
De vida vazia
Mas, vida, ali
Quem sabe, eu fui feliz
Olha o que é que eu fiz
Deixei a fatia
Mais doce da vida
Na mesa dos homens
De vida vazia
Mas, vida, ali
Quem sabe, eu fui feliz
Vida, minha vida
Olha o que é que eu fiz
Verti minha vida
Nos cantos, na pia
Na casa dos homens
De vida vadia
Mas, vida, ali
Quem sabe, eu fui feliz
Olha o que é que eu fiz
Verti minha vida
Nos cantos, na pia
Na casa dos homens
De vida vadia
Mas, vida, ali
Quem sabe, eu fui feliz
Luz, quero luz,
Sei que além das cortinas
São palcos azuis
E infinitas cortinas
Com palcos atrás
Arranca, vida
Estufa, veia
E pulsa, pulsa, pulsa,
Pulsa, pulsa mais
Mais, quero mais
Nem que todos os barcos
Recolham ao cais
Que os faróis da costeira
Me lancem sinais
Arranca, vida
Estufa, vela
Me leva, leva longe
Longe, leva mais
Sei que além das cortinas
São palcos azuis
E infinitas cortinas
Com palcos atrás
Arranca, vida
Estufa, veia
E pulsa, pulsa, pulsa,
Pulsa, pulsa mais
Mais, quero mais
Nem que todos os barcos
Recolham ao cais
Que os faróis da costeira
Me lancem sinais
Arranca, vida
Estufa, vela
Me leva, leva longe
Longe, leva mais
Vida, minha vida
Olha o que é que eu fiz
Toquei na ferida
Nos nervos, nos fios
Nos olhos dos homens
De olhos sombrios
Mas, vida, ali
Eu sei que fui feliz
Olha o que é que eu fiz
Toquei na ferida
Nos nervos, nos fios
Nos olhos dos homens
De olhos sombrios
Mas, vida, ali
Eu sei que fui feliz
domingo, 26 de junho de 2011
quarta-feira, 25 de maio de 2011
Mais Música
Realmente acredito que o pior lugar pra se encontrar uma fé madura hoje em dia é dentro das igrejas. Pior não pois não haja, mas por que parece que a proporção é a mesma, dentro e fora, porém na igreja é mais decepcionante.
Quando falamos então de expressões artísticas com valores do reino a busca por tais coisas dentro da igreja se torna uma tarefa hercúlea de garimpo, que causa mais náusea que cansaço, apesar de que quando encontramos temos uma alegria enorme.
Na contra mão do evangeliquês fico com Chico Buarque em mais uma daquelas canções que deveriam estar em nossas mentes e em nosso meio.
Sobre Todas as Coisas
Composição: Edu Lobo/Chico Buarque de Hollanda
Pelo amor de Deus
Não vê que isso é pecado, desprezar quem lhe quer bem
Não vê que Deus até fica zangado vendo alguém
Abandonado pelo amor de Deus
Não vê que isso é pecado, desprezar quem lhe quer bem
Não vê que Deus até fica zangado vendo alguém
Abandonado pelo amor de Deus
Ao Nosso Senhor
Pergunte se Ele produziu nas trevas o esplendor
Se tudo foi criado - o macho, a fêmea, o bicho, a flor
Criado pra adorar o Criador
Pergunte se Ele produziu nas trevas o esplendor
Se tudo foi criado - o macho, a fêmea, o bicho, a flor
Criado pra adorar o Criador
E se o Criador
Inventou a criatura por favor
Se do barro fez alguém com tanto amor
Para amar Nosso Senhor
Inventou a criatura por favor
Se do barro fez alguém com tanto amor
Para amar Nosso Senhor
Não, Nosso Senhor
Não há de ter lançado em movimento terra e céu
Estrelas percorrendo o firmamento em carrossel
Pra circular em torno ao Criador
Não há de ter lançado em movimento terra e céu
Estrelas percorrendo o firmamento em carrossel
Pra circular em torno ao Criador
Ou será que o deus
Que criou nosso desejo é tão cruel
Mostra os vales onde jorra o leite e o mel
E esses vales são de Deus
Que criou nosso desejo é tão cruel
Mostra os vales onde jorra o leite e o mel
E esses vales são de Deus
Pelo amor de Deus
Não vê que isso é pecado, desprezar quem lhe quer bem
Não vê que Deus até fica zangado vendo alguém
Abandonado pelo amor de Deus
Não vê que isso é pecado, desprezar quem lhe quer bem
Não vê que Deus até fica zangado vendo alguém
Abandonado pelo amor de Deus
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domingo, 22 de maio de 2011
Liberdade
Esses dias tomei conhecimento das dissidência de vários membros da igreja Betesda, da qual faço parte. Tal fato é extremamente saudável! Mas fico imensamente triste ao ver pessoas maravilhosas virando as costas ao movimento do qual fazemos parte, que busca uma religiosidade livre de caixas que tranquem o pensamento, que busca um evangelho inclusivo, não que essas pessoas não continuarão nessa busca, mas é que juntos somos mais fortes.
O que venho notando na Betesda é que temos colocado o livre pensar como uma obrigação. Isso para mim é uma contradição...Assim como Deus só é onipotente se puder ser fraco e impotente, a liberdade só é verdadeiramente vivida se puder não se-la.
Pensamento obrigado a ser livre é excludente.
A igreja Betesda sempre se mostrou para mim como o lugar de Misericórdia, como essa mesma se coloca, aceitação de pessoas com discursos diversos, pensamentos diversos, é isso que da o colorido dos encontros entre seus membros. Pensar diferente tem se mostrado uma coisa extremamente perigosa no meio religioso, principalmente evangélico, mas nos quase três anos nessa comunidade, me sinto a vontade pra questionar pontos chave da crença geral, inclusive minha própria, de lideres e etc.
Agora, quanto a solução...Não tenho-a pronta mas me disponho a construirmos juntos, acredito que estejamos perto de puxar a ponta do fio de um longo, muito longo novelo, daqueles todo engodado. Precisamos de paciência, parcimônia, leveza, carinho. E mais que tudo..precisamos andar. Assim que nos foi ensinado...a andar..sempre em frente..
"Esquecendo-me das coisas que atrás ficam,
e avançando para as que estão diante de mim,
Prossigo para o alvo..."
quarta-feira, 13 de abril de 2011
À Mulher Que Me Fez Estátua
À mulher que me fez Estátua
Deixe-me perguntar-te
Mulher,
Como uma coisa tão forte,
Tão bela,
Pode fazer sofrer.
Eu, estando sempre aqui,
Parado...
À espera do teu abraço,
Pesando que em um laço
Prender-te-ei ao meu peito,
Mas toda noite,
Quando a lua desce e beija-me o corpo
Ó...como dói...
Maldita luz à fazer resplandecer minha solidão.
E todo dia
A tortura de ver todos passarem,
Os mesmos rostos e bondes,
Os mesmos pombos e morcegos
Só pra ver você.
Quisera eu jamais ter nascido,
Para nunca ter viso o teu esplendor,
Pois é isto, a tua beleza
que com tanta aspereza
Me lapidou.
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