sábado, 15 de janeiro de 2011

Debaixo D'água

  Férias é complicado...Não funciono bem sem rotina, acabo não fazendo nada do que quero.
  
  Portanto não ando pensando e escrevendo nada do que havia planejado, entretanto tenho ouvido muita música. Adoro Arnaldo Antunes, acho ele um sujeito que, a partir de um monte de alegorias, consegue transmitir em sua música muitas coisas que eu sinto, assim como Lenine, apesar do estilos bem diferentes.

  Queria compartilhar essa música do Arnaldo Antunes com alguém que por acaso venha visitar esse blog.

Debaixo D'água


Debaixo d'água tudo era mais bonito
mais azul mais colorido
só faltava respirar.
Mas tinha que respirar

Debaixo d'água se formando como um feto
sereno, confortável, amado, completo,
sem chão, sem teto, sem contato com o ar
Mas tinha que respirar

Todo dia
Todo dia, todo dia (3x)


Debaixo d'água por encanto sem sorriso e sem pranto,
sem lamento e sem saber o quanto
esse momento poderia durar
Mas tinha que respirar

Debaixo d'água ficaria para sempre ficaria contente,

longe de toda gente para sempre
no fundo do mar
Mas tinha que respirar

Todo dia
Todo dia, todo dia (3x)

Debaixo d'água protegido salvo fora de perigo
aliviado, sem perdão e sem pecado
sem fome, sem frio, sem medo, se vontade de voltar,
mas tinha que respirar

Debaixo d'água tudo era mais bonito
mais azul mais colorido
só faltava respirar
Mas tinha que respirar

Todo dia
Todo dia, todo dia (3x)

Musica de Arnaldo Antunes, Albúm Paradeiro Link: http://letras.terra.com.br/arnaldo-antunes/67073/
  É inerente ao homem buscar algo que está além do alcance de suas mãos, além das esferas deste mundo como diria Tolkien...Mesmo que isso signifique abrir mão de tudo que já é seu.
  Olhar para fora é sinal de humanidade, revolta é sinal de humanidade, transgredir é sinal de humanidade (para mais sobre transgressão sugiro "Salvos da Perfeição" de Elienai Cabral Jr.)
  Essa busca incessante pelo intocável é o que nos dá sede de vida. Nós não sabemos o que é essa "entidade" que jamais podemos tocar, alguns chamam de Deus (não creio que seja isso), Machado de Assis chama de felicidade (Memórias Póstumas de Brás Cubas), eu acredito que seja o sem nome...Algo que não precisa existir de forma palpável para ser o que é, para nos conquistar. Pode ser apenas um jogo de Deus, mas acho mais fácil que seja isso que nos faz a imagem e semelhança de Deus
Bom dia


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