Venho tentando matar esse amor
Mas esse amor me mata...
Todo dia sem ti é noite
Cada toque não teu maltrata
Toda palavra não tua é açoite
Cada verso que escrevo dou-te
Mas cada estrofe é insensata...
Venho tentando matar o tempo
Mas esse tempo me mata
Imerso na escuridão da noite
Vejo o tempo que se arrasta
Meu pensamento em ti é incessante
Quero ter-te a todo instante
Mesmo sabendo que a luz dos teus olhos, me mata
E assim minha vida passa
Se não posso matar esse amor
O tempo que o mate
Se o amor me mata não fere
Se o tempo me fere não mata
Se não posso matar esse tempo
Em mim esse tempo me mata.
Bom dia
Amarelado.
ResponderExcluirO vermelho (no escuro)
É cor qualquer
Mas é vermelho
Mesmo assim
Cor que se quer.
Vê-lo assim (no escuro)
Tremulando ao vento
É como criança brincando
Só que ainda rebento.
E pode ser verde (ou amarelo)
Um vermelho-verde
No sangue verde
Das contradições
Jorrando livre
Impune e triste
Na cara das multidões.
Mas é vermelho mesmo
Espirrando na parede branca
Melando as pernas da santa
E cobrindo de meias verdades
A vida de pessoas
Ainda inocentes.
E sabe porque
Tanto sangue assim?
Porque o que somos
É como martelo que bate
Na bigorna do sentimento.
E bate até marcar
Bate até sangrar
Bate até sentir
Bate até chorar.
E é um choro lento
É bento
É surdo
É pouco
É murcho
E as lágrimas, sangue pisado
Como o que Jesus Cristo
Vem comendo nas igrejas
E templos
No horário comercial.
Nas meninas
O vermelho é nuvem
Céu de um coração apaixonado
Que pulsa e vomita
Seus prazeres a mil
E o corpo todo, tenro, teso
Berrando golfadas de escuros
Em sua brancura cavalar.
POEMAS DE PEDRO OSMAR (2007, para um Livro Redondo).
O escuro é metade(ou mais) da nossa verdade,esse mesmo escuro que nos amedronta,é que nos dá liberdade
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